Secretaria de Cultura do Estado do Amapá
segunda, 09 de agosto de 2021 - 10:01h
Papo de Museu – III Edição – A Fortaleza de São José de Macapá: contexto histórico, simbólico e patrimônio cultural
O terceiro programa Papo de Museu, um projeto desenvolvido pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) e Museu de Arqueologia e Etnologia do Amapá (MAE), realizado pelo Governo do Estado através da sua Secretaria de Cultura, será transmitido direto da Fortaleza de São José de Macapá
Por: Elton Tavares
Foto: Irineu Ribeiro

O terceiro programa Papo de Museu, um projeto desenvolvido pelo Museu da Imagem e do Som (MIS) e Museu de Arqueologia e Etnologia do Amapá (MAE), realizado pelo Governo do Estado através da sua Secretaria de Cultura, será transmitido direto da Fortaleza de São José de Macapá, o imponente monumento histórico que é um símbolo da presença colonial portuguesa na Amazônia construído no século XVIII para defender as terras do extremo norte do Brasil.

Marco inicial da arquitetura militar da América Latina e a maior das fortificações brasileiras da época colonial lusitana, foi tombada pelo Instituto de Patrimônio Histórico Nacional em 22 de março de 1950 e elevada à categoria de museu em 2007, e que pode se tornar Patrimônio Mundial pela UNESCO por tantos aspectos históricos e simbólicos que agrega .

Para falar da importância desse patrimônio cultural e de seus contextos históricos, culturais e sociais e também da sua indicação ao título de Patrimônio Mundial pela UNESCO, o programa terá dois convidados, ambos fazem parte do corpo técnico funcional do próprio museu.

O primeiro convidado é o Hermano Araújo, que vai falar dos aspectos históricos, construtivos, estrutura física da Fortaleza e de seus vários usos e funções durante ao longo do tempo até se tornar um museu, em 2007. O segundo convidado é o Jubi de Souza, que vai bater um papo sobre a Fortaleza de São José de Macapá enquanto Patrimônio Histórico e Cultural brasileiro.

Em 2008, a fortaleza foi considerada umas das Sete Maravilhas Brasileiras, eleita num concurso realizado pela Revista Caras e pelo Banco HSBC e as maravilhas foram eleitas com voto popular e online. É uma lista que contém sete monumentos ou construções brasileiros que por votação pública foram definidas como maravilhas brasileiras.

Devido toda a sua importância histórica, em 2015 a Fortaleza passou a integrar uma Lista Indicativa do Patrimônio Mundial elaborada pelo Iphan e enviada à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e a Cultura (Unesco) de 19 (dezenove) Fortificações brasileiras que concorrem ao título de Patrimônio Mundial da UNESCO no Brasil .

Sobre os convidados

Jubi de Souza

Jubi de Souza é Bacharel em Turismo pelo Instituto do Ensino Superior do Amapá – IESAP, foi analista administrativo da Fortaleza entre os anos de 2014 a 2020 e desde de 2020 é o gerente do Museu da Fortaleza. E faz parte da comissão técnica que está a frente dos processos de trabalho que poderá eleger a Fortaleza como Patrimônio Mundial da UNESCO.

Hermano Araújo

Hermano Araújo possui Licenciatura Plena e Bacharelado em História pela UNIFAP, é Especialista em História e Historiografia da Amazônia – UNIFAP, Especialista em Desenvolvimento Sustentável de Gestão Ambiental – NAEA/UFPA e foi Chefe da Unidade de Preservação e Conservação do Museu Fortaleza de São José de Macapá entre os anos 1996-2012. Atualmente é Técnico do Projeto de Educação Patrimonial da Fortaleza e cursa o 7º semestre de Filosofia na Universidade do Estado do Amapá.

Foto: Richard Ribeiro

Histórico da Fortaleza – por Hermano Araújo – Historiador

A Fortaleza de São José de Macapá foi a maior obra militar construída em todo império colonial lusitano, que marcou na segunda metade do século XVIII ao norte das terras brasileiras, o poder político, econômico e cultural em defesa da conquista definitiva da região amazônica com base no Tratado de Madri de 1750 entre Portugal e Espanha.

Com outras fortificações estrategicamente distribuídas no interior, garantiu a posse regional, assegurando o povoamento e a exploração dos produtos da floresta para o exclusivo comércio com a metrópole. Do ponto em ela foi levantada em alvenaria de pedra e cal, vigiou no impedimento do acesso do inimigo pela via de entrada do Rio das Amazonas, serviços que prestou até a Proclamação da República.

Foto: Manoel Raimundo Fonseca

De acordo com sua planta original mediu perto de 40.000 m² entre áreas livres e construídas, composição, baseada no conceito da guerra de posição, através de um núcleo cercado por diversos outros elementos de reforço à defesa. Iniciada em 29 de julho de 1764 e inaugurada em 19 de março de 1782, onde, mesmo sem combater foi eficiente na ação de presença.

Teve como mão de obra: a Livre, representada no europeu integrante do agrupamento militar; a Escrava, representada por negros africanos escravizados e alugados de particulares; sendo a maioria a Compulsória, representada por indígenas legalmente livres, que depois de destribalizados, eram submetidos ao serviço obrigatório decidido pelo governo pombalino. Esses biótipos, hoje, todos aparecem miscigenados na sociedade amapaense e regional.

Foto: Richard Ribeiro

A partir da república brasileira, a Fortaleza de São José de Macapá foi totalmente abandonada, arruinando-se, onde, elementos de reforço desapareceram ou fragmentaram-se. Mas depois da criação do Território Federal do Amapá, a parte central, foi recuperada na volumetria e ocupada com novas funções administrativas e socioculturais. Atualmente, ela é reconhecida como um significativo museu participante da memória nacional, e, para destaque de sua valorização, recebeu como área de entorno imediato, um polígono de 180.000 m², com especiais equipamentos urbanos e importantes atrativos paisagísticos.

 

https://www.blogderocha.com.br/papo-de-museu-iii-edicao-a-fortaleza-de-sao-jose-de-macapa-contexto-historico-simbolico-e-patrimonio-cultural/

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